OS ASPECTOS INFORMACIONAIS DA CULTURA NA GESTÃO PÚBLICA DA SAÚDE

O presente estudo teve como objetivo estudar as relações entre a gestão pública da saúde em três secretarias municipais de saúde do Estado de Minas Gerais, Brasil - na perspectiva dos gestores e funcionários - e o modo como esses agentes lidam com a informação em saúde proveniente de várias fontes. A cultura foi compreendida em suas múltiplas instâncias, a partir de um referencial antropológico – da sua dimensão global até a organizacional; foram também consideradas as aproximações entre a antropologia e o campo da saúde. Percebeu-se que a cultura das organizações, em seu modo compartilhado de trabalho, inclui atitudes constituintes de um “comportamento informacional”, e valores e princípios com significados específicos frente ao trabalho, constituindo uma “cultura informacional” com condicionantes externos – os níveis local, regional, nacional e global da cultura. A metodologia compreendeu uma análise qualitativa das secretarias municipais de saúde de três municípios intencionalmente escolhidos. Os resultados mostraram aspectos diversos com relação ao modo como as secretarias tratam as informações em saúde - em consonância com aspectos da cultura estadual e nacional, que oscila entre a modernidade e o atraso. O estudo foi denominado “antropológico” por ter o pesquisador - além de guiado sua análise por conceitos oriundos desse campo do conhecimento, ter procurado observar com o olhar do “outro” a realidade da informação em saúde nos municípios. Observou-se a gestão da informação em saúde através de uma perspectiva transdisciplinar – política, técnica, social, cultural,econômica e administrativa – que levou a um aprofundamento do conceito de “antropologia da informação"