FRAGMENTOS URBANOS : o patrimônio e a construção das paisagens simbólicas nas cidades contemporâneas

Este trabalho objetiva estabelecer relações entre o patrimônio urbano e seu rico potencial como ente portador de informações – de todas as ordens – no âmbito das cidades e seus habitantes. Intentamos, ainda, perceber o espaço urbano como o local onde, por excelência, manifestam-se permanências, rupturas, continuidades, relações do antigo com o novo e uma intensa troca e mercado de informações. Constatarmos que a cidade convive e mescla percepções, diferentes culturas e narrativas, modelos relacionais, espaciais e sistemas de informações, destacando a memória social e as diferentes histórias e representações em disputa de discursos/sentidos. Para tanto, como fundamentação teórico-metodológica, lançamos mão do estudo de caso do sítio histórico da cidade de Juiz de Fora, MG, destacando, na malha urbana, a Avenida Getúlio Vargas, já que esta guarda exemplos de bens arquitetônicos tombados e de grande representatividade no processo de desenvolvimento econômico, social e urbano da cidade. Procuramos, ainda, o entendimento dos processos de musealização presentes neste mecanismo. Para essa pesquisa, trabalhamos com a investigação in loco, análise de documentos, bibliografia relacionada e relatórios dos órgãos nacionais e internacionais ligados ao campo do urbanismo, patrimônio, museologia e comunicação.Desta forma, o patrimônio mostra-se presente, constituindo-se numa ponte entre o passado e o futuro, lembrando-nos que a cidade é fruto de uma complexa construção histórico-social, portanto, sujeita a uma seleção arbitrária e a uma organização e hierarquização simbólica prévia e condenada a uma visão ou estratégia utilitária. Percebemos, nesse cenário, as cidades e o patrimônio, tanto como produtores de informação, quanto se constituindo como fabricantes e negociadores de informações significativas para uma dada conjuntura e grupos sociais