Ecos de um Fórum sobre a Internet comentando textos do Jornal O Globo

O ministro de Assuntos Estratégicos o ministro da Cultura e o ministro da Ciência e Tecnologia, assinaram durante o Internet Governance Forum (IGF) uma portaria criando uma comissão interministerial para inclusão digital. A idéia é integrar os três ministérios através de grupos de trabalho para fomentar projetos técnicos e culturais. O mentor da comissão foi a representação dos Assuntos estratégicos, que na abertura do IGF fez o discurso mais contundente, afirmando que a governança da Internet deve passar a um novo estágio e deixar de representar apenas o poder dos países desenvolvidos. A evolução da Internet deve obedecer a dois princípios segundo o ministro Estratégico. * O primeiro é o princípio anti-hegemônico. Naturalmente, como tudo o mais, a Internet começou num lugar, no caso os Estados Unidos, e no Icann, que controla os nomes de domínio da Internet no mundo. * O segundo princípio, disse o ministro, é libertar a Internet do poder do Estado e do poder do dinheiro. Existe uma proposta para substituir o ICANN uma associação internacional de países. * Não se deve esperar que a sociedade civil se organize, mas sim usar a Internet como instrumento de libertação - afirmou o ministro. A comissão interministerial pretende trabalhar em quatro frentes: * a construção de uma infovia completa para o país;* a capacitação popular para acesso à Internet; * o estímulo à produção de conteúdos digitais nacionais e populares; * e o desenho institucional de uma de uma governança da Internet que esteja atenta à inovação do conceito de propriedade, substituindo "o arbítrio do dono individual pela colaboração coletiva de inovadores" O ministro da Cultura mencionou os projetos do governo na área de software livre e também a questão de direitos autorais, que, segundo ele, hoje são alvo de uma reformulação. Já o ministro das comunicações indicou que o governo brasileiro pretende levar a banda larga a todas as cidades brasileiras até 2010. Segundo ele isto será anunciado nas próximas semanas. Passaremos de três mil para 18 mil pontos de acesso nos próximos 12 meses. Finalmente, temos a proposta de trocar a Internet banda larga nas escolas, hospitais etc. Na abertura do painel, o ministro da cultura comparou a Internet à lendária biblioteca de Alexandria, “só que, agora, à prova de fogo.” A questão do conteúdo levará a um novo tipo de economia diz VINT CERF criador do protocolo TCP/IP, no mesmo evento. A economia do mundo digital - seu processamento, armazenamento e distribuição - é tão diferente da economia física que os modelos que funcionam no mundo "real" podem não funcionar no mundo virtual. Como os modelos tradicionais no setor de direitos autorais dizem respeito à cópia, e como a cópia é muito fácil na Internet, como já disse, precisamos de modelos alternativos. De qualquer modo, o mundo corporativo é muito criativo quando se trata de bolar novas formas de ganhar dinheiro na Internet. Deve haver espaço para a experimentação, para deixar os criadores de conteúdo decidirem o que querem fazer com ele. Não se deve impor uma única filosofia à rede. Decisões concernentes ao acesso "Open", a liberdade de acesso e ao software não proprietário, devem sempre ser uma opção e nunca uma ideologia ou religião Fonte: (aab) comentando textos do Jornal O Globo, Caderno Info, etc., de 10/11/2007, página 3 - http://www.oglobodigital.com.br