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Uma filosofia da Ciência da Informação : organização dos saberes, linguagem e transgramáticas

Por: Rio de Janeiro : 2012Descrição: 438 f. : ilAssunto(s): Recursos online: Créditos de produção:
  • Orientadora: Profª Drª Maria Nélida González de Gómez
Nota de dissertação: ^aTese^bDout. em Ciência da Informação IBICT/UFRJ/FACC Resumo: Esta pesquisa, contextualizada nas discussões contemporâneas da epistemologia da Ciência da Informação, realiza um estudo filosófico do campo, compreendido em seu desenvolvimento histórico como Organização dos Saberes, a partir de uma reflexão conceitual demarcada pelos elementos teórico-metodológicos oriundos da Retórica e da Filologia. Como método, adotamos a “Apresentação Panorâmica”, modelo de exercício filosófico retirado da Filosofia da Linguagem, mais especificamente, da segunda fase do pensamento de Ludwig Wittgenstein. Tomando a linguagem como elemento comum de análise destes domínios do conhecimento, a pesquisa se propôs demonstrar que a Organização dos Saberes, tanto pela sua caracterização histórica remota, como pela sua construção científica no mundo moderno a partir do século XIX e, ainda, pelas suas tendências contemporâneas, pode ser reconhecida como uma ciência da linguagem, tendo a noção de “gramática” como conceito estrutural. A partir desta apreensão, pode-se perceber que a Organização dos Saberes como campo de estudo que envolve, no tempo, os discursos denominados “neodocumentação”, “ciência da informação”, “documentação”, “biblioteconomia”, “bibliologia”, e atua em seu cotidiano de produção científica com a elaboração de micro-gramáticas meta-discursivas, voltadas para a ordenação de uma linguagem dentro de um contexto comunicacional. Estas micro-gramáticas nos levam à elaboração da noção transgramáticas. As transgramáticas dizem respeito aos discursos fundados em um ponto centralResumo: dentro da vivência de uma língua para sua superfície estrangeira, otimizando a comensurabilidade interna e potencializando a comensurabilidade com o mundo exterior. Pelo prefixo latino trans, que vem significar “através”, “movimento para além de”, buscamos construir a noção de uma teia de regras que procuram, a partir de um vocabulário específico, emancipar uma dada linguagem e construir elos entre ela e as demais linguagens com as quais se comunica. Por sua vez, a noção de gramática é aqui tomada em três sentidos: descritivo, prescritivo e construtivo. Enquanto prescritiva, ela o é através de regras não dogmáticas, tomadas como acordos pragmáticos. Enquanto descritiva, ela se dá segundo a verificação de semelhanças de família que permitem apresentar as relações aproximadas de significado das ações. Enquanto criativa, ela atua como sistema aberto e é produtora dos conceitos que estabelecem e movem o mundo dos homens. A possibilidade de compreensão do campo a partir da linguagem nos permite a interpretação de uma Ciência da Informação reconhecida sob o viés de um enfoque simbólico, que nos permite uma outra compreensão da ideia de materialidade nos estudos do campo, ponto de inflexão dos estudos neodocumentalistas. Tanto as noções “documento” como “informação” são, nesteResumo: sentido, reconceituadas segundo uma abordagem que se sustenta pela construção simbólica da realidade, onde as determinações do sentido estão atreladas à ação intersubjetiva dos indivíduos. Como resultado da pesquisa, atentamos para a necessidade de fomento dos estudos filosóficos e da apropriação de conceitos que podem facilitar a visualização de nossas práticas; a experimentação e a combinação de conceitos visando uma maior elucidação de nosso problemas; as possibilidades abertas pelos métodos típicos das Humanidades – e não apenas aqueles das ciências exatas e das ciências sociais aplicada – para a compreensão dos dilemas filosóficos da Organização dos Saberes
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^aTese^bDout. em Ciência da Informação IBICT/UFRJ/FACC

Orientadora: Profª Drª Maria Nélida González de Gómez

Esta pesquisa, contextualizada nas discussões contemporâneas da epistemologia da Ciência da Informação, realiza um estudo filosófico do campo, compreendido em seu desenvolvimento histórico como Organização dos Saberes, a partir de uma reflexão conceitual demarcada pelos elementos teórico-metodológicos oriundos da Retórica e da Filologia. Como método, adotamos a “Apresentação Panorâmica”, modelo de exercício filosófico retirado da Filosofia da Linguagem, mais especificamente, da segunda fase do pensamento de Ludwig Wittgenstein. Tomando a linguagem como elemento comum de análise destes domínios do conhecimento, a pesquisa se propôs demonstrar que a Organização dos Saberes, tanto pela sua caracterização histórica remota, como pela sua construção científica no mundo moderno a partir do século XIX e, ainda, pelas suas tendências contemporâneas, pode ser reconhecida como uma ciência da linguagem, tendo a noção de “gramática” como conceito estrutural. A partir desta apreensão, pode-se perceber que a Organização dos Saberes como campo de estudo que envolve, no tempo, os discursos denominados “neodocumentação”, “ciência da informação”, “documentação”, “biblioteconomia”, “bibliologia”, e atua em seu cotidiano de produção científica com a elaboração de micro-gramáticas meta-discursivas, voltadas para a ordenação de uma linguagem dentro de um contexto comunicacional. Estas micro-gramáticas nos levam à elaboração da noção transgramáticas. As transgramáticas dizem respeito aos discursos fundados em um ponto central

dentro da vivência de uma língua para sua superfície estrangeira, otimizando a comensurabilidade interna e potencializando a comensurabilidade com o mundo exterior. Pelo prefixo latino trans, que vem significar “através”, “movimento para além de”, buscamos construir a noção de uma teia de regras que procuram, a partir de um vocabulário específico, emancipar uma dada linguagem e construir elos entre ela e as demais linguagens com as quais se comunica. Por sua vez, a noção de gramática é aqui tomada em três sentidos: descritivo, prescritivo e construtivo. Enquanto prescritiva, ela o é através de regras não dogmáticas, tomadas como acordos pragmáticos. Enquanto descritiva, ela se dá segundo a verificação de semelhanças de família que permitem apresentar as relações aproximadas de significado das ações. Enquanto criativa, ela atua como sistema aberto e é produtora dos conceitos que estabelecem e movem o mundo dos homens. A possibilidade de compreensão do campo a partir da linguagem nos permite a interpretação de uma Ciência da Informação reconhecida sob o viés de um enfoque simbólico, que nos permite uma outra compreensão da ideia de materialidade nos estudos do campo, ponto de inflexão dos estudos neodocumentalistas. Tanto as noções “documento” como “informação” são, neste

sentido, reconceituadas segundo uma abordagem que se sustenta pela construção simbólica da realidade, onde as determinações do sentido estão atreladas à ação intersubjetiva dos indivíduos. Como resultado da pesquisa, atentamos para a necessidade de fomento dos estudos filosóficos e da apropriação de conceitos que podem facilitar a visualização de nossas práticas; a experimentação e a combinação de conceitos visando uma maior elucidação de nosso problemas; as possibilidades abertas pelos métodos típicos das Humanidades – e não apenas aqueles das ciências exatas e das ciências sociais aplicada – para a compreensão dos dilemas filosóficos da Organização dos Saberes

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