ESPAÇOS URBANOS EM PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO : Praça Floriano Peixoto e Ilha dos Museus
O trabalho tem como foco de discussão a representação da cultura na cidade em dois centros urbanos: Praça Floriano Peixoto, na cidade do Rio de Janeiro e Ilha dos Museus, na cidade de Berlim. Através da análise de como esses centros se configuram como representativos da idéia de nação em cada uma das cidades; ressalta-se que tais centralidades têm uma mesma estrutura de pensamento e de intervenção na cidade, resultante de um modelo intelectual que é tradição desde o século XVIII e que tanto a Praça Floriano Peixoto, no momento da consolidação da República quanto a Ilha dos Museus, no processo de unificação alemã, fazem parte desta tradição. Objetivando discutir como uma determinada configuração urbana se constitui em espaço de representação cultural na cidade, identificamos como esses espaços se comportam como um lugar de cultura, criando centralidades, comunicando convergências e sentidos. Os autores de referência adotados para o desenvolvimento deste trabalho são precipuamente: G. Carlo Argan, Aldo Rossi e Françoaise Choay. Tanto para Argan quanto para Rossi a cidade é testemunho da memória, de valores e, por fim, sempre uma dimensão humana. Choay apresenta uma interface entre o urbanismo propriamente dito e as questões patrimoniais. Percecbemos que a idéia de centro e de centralidade se constitui em uma estratégia hegemônica e hierarquizante na representação da fisionomia de cada uma das cidades. Ambos os espaços informam, comunicam – através da representação da cultura na cidade – que os centros delineados são lugares de convergência de sentidos. Esses centros são “um acúmulo cultural” que dá ao núcleo a capacidade de organizar determinada área. A Ilha dos Museus e a Praça Floriano, também conhecida como Cinelândia, foram em um determinado momento o locus de representação dos ideais de sentidos de uma nova ordem, deitando raízes em um modelo único: o ideal clássico